Entidades participam do 1º Seminário Pró-Conferência Estadual de Comunicação SC
O evento aconteceu no último sábado, 15 de agosto, no auditório da Fecesc, em Florianópolis, e reuniu cerca de 50 pessoas de todo o estado interessadas em discutir os caminhos para o controle público e a democratização da comunicação.
Na parte da manhã, o grupo participou de um debate com os convidados Sérgio Murillo de Andrade – presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e membro da Comissão organizadora da Confecom Nacional e Carlos Locatelli, professor do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Sérgio Murilo falou do processo histórico da democratização da comunicação e lembrou da criação do Comitê Pela Democratização da Comunicação e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Conta que a criação dos canais legislativos do Senado e Câmara existentes hoje partiu de uma proposta do FNDC: “Eles precisaram ser convencidos", relembra. Falou ainda que a democracia na área da comunicação é uma disputa sem fim porque, na sua opinião, a comunição nunca vai ser plenamente democrática. Lembrou que o empresariado tentou jogar a Confecom para 2010, ano de eleição que acabaria prejudicando a Conferência. Disse que entende a estratégia do Governo Federal em dar uma proporcionalidade maior dentro da Confecom ao empresariado porque essa era a reivindicação deles para continuarem no processo. Porém, com a proposta do Governo de aumentar a proporcionalidade, eles não teriam mais o que reivindicar para boicotar a Conferência e teriam que ceder. Sem saída, acabaram abandonado a participação na Confecom. “Acho suicída a Globo sair desse debate. A Confecom poderia sem uma alternativa pra eles acharem um novo modelo de negócio”. Sobre o aumento da proporcionalidade, se diz tranquilo porque não acredita que eles tenham capacidade de mobiilizar 800 delegados.
Já Carlos Locatelli disse que sua fala seria mais para reflexões sobre as questões a serem debatidas na Confecom e discorda de Murilo, já que acredita que o empresariado não tem dificuldade de mobilização. Ele alertou que os partidos políticos que apóiam os detentores das concessões da grande mídia podem fazer essa ponte.
O professor comentou que devemos olhar para além das experiências do processo histórico da comunicação e aproveitar também a contribuição dos debates que vêm de outras experiências. Lembrou que o Fórum das Cidades foi um grande aprendizado de onde saíram questões que vão ser debatidas na Confecom e comemora os avanços que tivemos na legislação brasileira “A classificação indicativa já foi uma grande vitória”, completa. Locatelli ressaltou que o empresariado virá com uma propaganda ferrenha: “Agente não vai ter essa propaganda, não podemos midiatizar nosso debate”. Porém, mesmo sem mídia, acredita que é preciso insistir: “Veja a questão da terra, sempre midiatizada de forma negativa, e o movimento (MST) continua avançando", explica.
Ele acredita que há muitos planos de disputa e defende que os temas que interessam categorias específicas não devem ser vistos como questões centrais na Confecom. Locatelli acredita que a Conferência é um espaço para detaber o interresse coletivo e citou como exemplo a questão da exigência do diploma de jornalista: “Podemos discutir isso também mas não com a mesma força que brigamos por questões que interessam a todos”, conclui.
Assista essas palestras, na íntegra, no site da www.comunica-sc.org.br
À tarde os participantes tiveram a opontunidade de explanar as propostas de cada segmento para a 1ª Confecom. No total, 12 entidade se inscreveram. Ao final, essas contribuições se somaram ao texto-base que está sendo redigido de forma colaborativa por integrantes do GT de Mobilização da Comissão Pró-Conferência Comunicação SC.
Fonte: Juliana Bassetti - Pontão de Cultura Ganesha
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